Dia 15, no Brasil. Dia 24, Argentina. Ao longo do ano, Jornada vai lutar contra repressão
A briga contra os retrocessos políticos e o desmonte dos direitos sociais, trabalhistas e individuais é feia. De roldão, os golpistas, reacionários e direitistas de todas as cepas querem destruir as políticas públicas de distribuição de renda e proteção social. O combate a esses ataques exige não apenas ação local, mas a união de todos os povos latino-americanos. Pelo menos.
Por isso, a Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo, iniciada em novembro do ano passado, prepara novas ações para este ano. O objetivo é criar uma onda de resistência ao obscurantismo que grassa mundo afora.
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No próximo dia 24, em Buenos Aires, capital argentina, é aguardada a manifestação de mais de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras, marcando o protesto contra os 41 anos da Operação Condor – ação coordenada das ditaduras militares que atuaram no continente nas décadas de 1960 a 1980 – e para dizer não à volta desses ares pestilentos.
Isso sem esquecer que dias antes, aqui mesmo no Brasil, a Paralisação Nacional contra o Fim das Aposentadorias vai ter a participação das entidades que organizam e compõem a Jornada Continental. A CUT, como uma das principais entusiastas e organizadoras da atividade, vai incluir a pauta da Jornada Continental nas manifestações.
“Estamos acumulando forças para unificar os sindicatos e os movimentos sociais e populares de todo os países da América do Sul e Central, assim como do Caribe, para resistir aos ataques aos direitos conquistados com luta ao longo do século passado”, explica Ariovaldo de Carvalho, secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT.
Para caracterizar essa luta, a CUT planeja organizar, no próximo dia 15 de março, a participação de grupos de imigrantes nas mobilizações da Paralisação Nacional contra o Fim das Aposentadorias. Na capital de São Paulo, os protestos vão acontecer na Avenida Paulista
CUT
A Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo é capitaneada pela CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas), à qual a CUT é filiada, assim como demais centrais brasileiras e de outros países da região.
Imigrantes
Um dos ataques aos avanços recentes na região, adverte Ariovaldo, miram os direitos dos imigrantes, cuja legislação brasileira aperfeiçoou-se significativamente nos governos Lula e Dilma. Desde o ano passado, novas medidas têm restringido o acesso a nascidos em outros países (leia mais aqui).
No governo Lula, um dos avanços, conquistados por esforço das equipes do Ministério Público do Trabalho, foi a concessão de cidadania e visto de trabalho para estrangeiros libertados de situação análoga à escravidão. Anteriormente, apesar de vítimas, eram simplesmente deportados. Desde então, passaram a ter status de refugiados políticos.
Imigrantes haitianos abrigados em ginásio em Florianópolis. Fotos Públicas
Para caracterizar essa luta, a CUT planeja organizar, no próximo dia 15 de março, a participação de grupos de imigrantes nas mobilizações da Paralisação Nacional contra o Fim das Aposentadorias. Na capital de São Paulo, os protestos vão acontecer na Avenida Paulista.
“Outro risco, que compõem o pano de fundo desse desmonte, é a política de descaracterização do Mercosul, desejo especialmente demonstrado pelos governos de Temer e Macri, na Argentina”, diz Ariovaldo.
No calendário da Jornada Continental, estão previstos atos em diferentes capitais latino-americanos ao longo do ano. Em abril, por exemplo, haverá ato na capital colombiana, Bogotá. E, em maio, o Foro de São Paulo reúne-se em Manágua, capital nicaraguense, incluindo também a pauta da Jornada.